quinta-feira, 29 de maio de 2008

Assédio Moral, você aceita?


Das tantas coisas ditas modernas inventadas pelos homens nos últimos tempo, tem uma que merece nossa especial atenção. O Assédio Moral. Quando digo que merece nossa atenção, na verdade estou advogando em causa própria pois não só fui vítima deste tipo de crime como pude presenciar toda sorte de maldade em minha vida profissional de aproximadamente 37 anos. Quando comecei a trabalhar aos 14 anos de idade achava que era normal o que assistia. Tinha muito medo – pavor diria! Inúmeras vezes, eu via um senhor francês sair da sala do superintendente chorando e não entendia o que se passava lá – e não ousava nem perguntar tão pouco. Diziam que o tal chefe era uma peste e muito poderoso – podia mandar qualquer uma embora e “ir embora” era o fim! Naquela época eu era poupado pois não tinha acesso ao tal “homem poderoso”. Dos meus 17 a 21 anos trabalhei em empresas que não me trazem lembranças que mereçam ser citadas. Finalmente completei 21 anos e já desenhista técnico fui trabalhar na empresa onde estou até o presente momento. Hoje esta empresa, multinacional suiça que como uma empresa moderna, tem um código de ética igualmente moderno, onde cada colaborador é devidamente informado sobre as regras de conduta a seguir para preservar a integridade moral não só da mesma empresa como e mais importante, a dignidade de cada um de seus colaboradores. Muito me orgulho em trabalhar nesta empresa. Mas para ajudar a nossa reflexão sobre o Assédio Moral, gostaria de relembrar os primeiros sete anos nesta última empresa. Por esta ocasião, os gerentes da área que eu trabalhava eram um chileno e outro uruguaio respectivamente. Subordinado a este dois indivíduos pude experimentar na própria carne o quanto é devastador a viloência moral no ambiente de trabalho. Por esta época eu ainda achava que era assim mesmo. Havia se passado sete anos e eu assistia novamente alguém sair chorando da sala do chefe. Até que chegou a minha vez. Para encurtar a história, lembro que fui tão humilhado e maltratado que fiquei doente – uma gastrite nervosa, um afastamento do trabalho por quarenta dias – que somente foi controlada com o uso de ansiolíticos e que me causou uma dependência de aproximadamente quatorze anos. Com aquela idade eu ainda entendia que perder ou chutar o emprego era o fim – inadmissível! Era um bom salário, uma multinacional americana. O emprego que qualquer um gostaria de ter.
Pois bem, hoje, passados aproximadamente 20 anos, aprendemos a conhecer e a identificar os sintomas e mecanismos do Assédio Moral e suas conseqüências na vida e saúde dos cristãos e não cristãos. Já é vasta a literatura sobre este tema; seja de caráter jurídico ou até mesmo de caráter informativo. Não dá mais para alegar desconhecimento como justificativa para se deixar submeter ao assédio moral ou numa atitude de tirania achar que temos o direito; dado por uma empresa, de submeter alguém a maus-tratos e violência moral. Eu já li muita coisa sobre este assunto. Assisti alguns filmes educativos e ouvi palestras de especialistas. Tudo isso não foi suficiente para eu entender a atitude passiva de quem é submetido à violência no ambiente de trabalho. Parece que a passividade cresce numa relação direta à violência do agressor. Quanto mais agredida, mais a pessoa se curva e logo os primeiros sintomas começam a se manifestar. Diante da total falta de reação, o assediador vai em frente com uma voracidade iniqualável – a quem aposte que chegam a gozar após uma seção de xingamentos, tamanho o prazer que parece dar aos chefes-algozes. Não vou estender muito nesta análise até porque como já disse anteriormente faltam elementos para um bom entedimento da questão. O que gostaria de propor é o seguinte: Se você caro leitor, está vivendo hoje esta situação na condição de agredido e não teve ainda coragem de reagir ou não sabe como fazê-lo ou até mesmo acha que não pode reagir por razões das mais diversas, divida conosco; fale sobre o assunto, o que pensa, o quanto pesa carregar este fardo? Enfim, ajude-nos a entender as motivações ou falta desta para se manter submisso a passivo por muito tempo. Agora, se você porventura é um agressor e todo agressor sabe que é um tirano, diga-nos o que te motiva a agir desta forma, que prazer experimenta quem assedia alguém moralmente? Em algum momento você se sente mal, incomodado, com remorso mesmo? Por que não muda esta atitude, não tem receio das consequências – hoje até jurídicas – acha mesmo que vai sair impune sempre? Use da “coragem” que tens em agredir para abrir seu coração e revelar as motivações de um agressor contumaz.
Bem, o desafio está lançado, vejamos os resultados. Desde já agradeço aos que puderem contribuir conosco nesta reflexão.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Diversidade


De repente, surgem nos noticiários brasileiros muitas notícias relacionadas às pessoas que por razões das mais diversas estão enfrentando a controversa decisão de mudança de identidade e gênero. Quando falo razões diversas me refiro às explicações dadas pelos “especialistas” no assunto. Sexólogos, psicólogos, sociólogos, psiquiatras entre outros. Cada um tem uma explicação que por vezes podem ou não se completar ou se contrapor dependendo da origem, da formação e principalmente do interesse do especialista. Se for, por exemplo, alguém ligado a uma Igreja por certo que saíra condenando indiscriminadamente e encontrará na Bíblia, na Torá ou no Alcorão inúmeras passagens onde se apoiar. Se tratar-se de um ateu, com a indiferença característica, procurará se esquivar do tema dizendo não ser assunto que mereça atenção. Se for alguém ligado à espiritualidade kardecista tenderá a aceitar sem, contudo explorar muito o tema. Se for alguém adepto das religiões afros ou afins, sairá em defesa, pois têm um compreensão um tanto liberal das questões relacionadas à sexualidade. Em fim, são tantas as posições que ficamos um tanto confusos para fazer um justo juízo deste tema. Outra questão que acho grave é que na maioria das vezes quando vem a público este tema; invariavelmente vem revestido de purpurinas e paetês e iluminados com grandes holofotes e letreiros luminosos e multicolores, sem contar a banda de música que vem na retaguarda. Se me perguntarem hoje se tenho opinião formada diria que não; até porque penso que cada caso um é caso. Numa análise antropológica pura, diríamos que nascemos homens ou mulheres e pronto! Não temos conhecimento de gênero intermediário na raça humana. O que a ciência reconhece é a existência dos indivíduos hermafroditos ou andróginos – aqueles que nasceram com tecidos ovarianos e testiculares com caracterização sexual imprecisa. Nesta situação, lembro-me do caso da família Reimer de Winnipeg nos Estados Unidos – história narrada no livro Sexo Trocado do escritor John Colapinto que eu recomendo a leitura a título de entender a gravidade desta situação que em alguns casos pode se transformar em uma verdadeira tragédia na vida das famílias. Mas o que eu gostaria de explorar aqui não são estes casos; até porque se explicam por si mesmo. O que intriga e merece uma reflexão são os casos em que fisicamente não há nenhuma “não conformidade” genética ou de formação. Falo daqueles que são chamados pejorativamente de travestis – nos anos 60 eram os transviados! Indivíduos que são homens ou mulheres na plenitude e optam voluntariamente por assumir outra identidade e gênero que não o de nascimento e para isso, muitas vezes, enfrentando os familiares, a sociedade e toda sorte de discriminação. Aqueles que por razões das mais diversas só reúnem força para assumir essa mudança quando adultos e às vezes já encaminhados na vida com a condição em que nasceram. Uma vez tomada à decisão, inicia-se um processo muitas vezes doloroso para alguns. Se for um cidadão ou cidadã comum – um simples mortal – até que passa despercebido, mas se for uma “celebridade” por certo que será alvo de um escândalo e muita polêmica. A questão que gostaria de colocar aqui em discussão é a seguinte: será que temos o direito de invadir a vida das pessoas indiscriminadamente, será que nos cabe o papel de juízes pela escolha feita por alguém que seja, será que é possível afirmar com convicção que fulano ou fulana é um mau caráter pela escolha que fez – sem uma análise criteriosa das implicações que concordaram para aquela opção? Se a pessoa traz da infância algo que corroborou e a compeliu mesmo para esta ou aquela direção? Estou certo que visto desta forma, muitos dirão que – não temos este direito – mas o fato é que quando surge a notícia, saímos a julgar e a condenar de forma implacável.
A esta altura, alguns podem estar pensando que estou de advogado de defesa nesta questão. Não procede, até porque não tenho este direito. O que quero provocar é uma reflexão ética e madura como demanda o tema. Outra questão é o tratamento dado pela mídia aos protagonistas destas histórias. São enxovalhados sem piedade na expectativa de gerar muitos leitores e conseqüentemente lucros; isso a qualquer preço. Se você tem alguma opinião sobre o tema, seja ela qual for, partilhe conosco.

domingo, 18 de maio de 2008

Será que está no Sangue?


A ordem do dia ou ordem do tempo; como acharmos melhor. É a violência sem controle e injustificada que assola e contamina a sociedade nos últimos tempos. Tempos apocalípticos, diriam alguns! São inúmeras ad tentativas de explicar o inexplicável. Ora trata-se da pobreza hereditária, ora a pobreza provocada e não assumida pelo estado, ora é o analfabetismo reinante, sobretudo nas periferias ou nas chamadas Comunidades, ora é a falta de uma política de distribuição de renda ou riquezas como dizem alguns e que não seja hipócrita. Ainda sobre a tal distribuição de riquezas sempre me perguntei o que seria isso – distribuir riquezas? Para mim soa mais como deboche na boca dos senhores do poder. Em fim, são tantas as hipóteses que nos perdemos. E quando estamos perdidos aconselham os mais sábios é melhor não fazer nada – para estratégica – Ainda sobre as razões da violência, temos os que; e não são poucos; dizem: a violência está no sangue! Somente uma nova geração poderia ser diferente. Colocando poucos neurônios para funcionar nos perguntamos: e quem prepararia esta nova geração; a atual? Sabem da história do coronel que deixou um legado para o filho que por sua vez deixou para o neto e assim sucessivamente por gerações? O primeiro fez o segundo prometer que cuidaria com zelo do patrimônio da família; este, por razões óbvias, ordenou ao filho que fizesse o mesmo. Não precisamos ser estudiosos de antropologia ou qualquer outra ciência afim para saber que nem uma transfusão radical de sangue mudaria o DNA de um cristão! E quando digo DNA não estou me referindo ao ácido desoxirribonucleico; aquela substância que nos diferencia uns dos outros, mas justamente daquilo que nos faz iguais na medida em que somos egoístas e nos fechamos ao novo jeito de ver a vida e as relações entre as pessoas. Desde sempre vivemos e praticamos a violência exacerbada. Quantos exemplos temos na história contemporânea? Tratados e mais tratados poderiam ser escritos tentando explicar essa faceta do ser humano. Se o tal DNA é a base da vida, podemos até discutir mas o que não é possível entender e aceitar é porque somos tão IGUAIS! Fora as poucas excessões, aprendemos e ensinamos a lógica do “eu primeiro”, “depois eu” e por último “eu também”! Esta é a ética da relação entre as pessoas quiçá entre os povos. Falo dos famosos G-7 ou G-8 que na verdade são grupos de países a olharem para o próprio umbigo. E a violência só cresce! No seio da família já chegou a muito tempo. Esta que sempre a última esperança da humanidade parece estar sucumbindo diante da violência desmedida. Pais se matam, filhos matam pais, pais matam filhos e os de fora que se cuidem – a tolerância é zero! Nos faz lembrar a lei de talião. Esta era pinto diante do que vemos hoje; não se trata de um simples e em até alguns casos justo revide – porque mataram a menina Isabela? O que fez uma criança de 5 anos para merecer a morte e com requintes de crueldade? Quantas Isabelas morrem por dia pelo mundo afora? Numa guerra, seja ela justa ou não, ainda é possível explicar, até porque muitos dos que lá estão não sabem ao certo e com muita clareza as reais motivações daquela luta. O que vemos e vivemos hoje é sem mprecedente na história se levarmos em conta o nível de desenvolvimento que atingimos. Vejam outro exemplo que me recordei agora: uma família estava a procura de um ente querido que com doença mental sumiu de casa havia alguns dias. Pois bem, lá pelo oitavo dia, depois de distribuição de cartazes pelas ruas – recebem um telefonema com ameaças á vida do homem sumido. A família coube esperar a boa vontade de outros contactos que não ocorreram até que ele foi encontrado internado em uma sanatório num local bem distante. Eu caro leitor, faço parte do grupo daqueles que creem que haverá uma grande revolução na relação entre as pessoas – e creio estar bem próximo este momento – Como seres vivos e racionais devemos ir em direção a preservação da espécie humana, não há outro caminho. Até os ditos irracionais agem assim no derradeiro momento. Se não pararmos, caminharemos para a auto-destruição coletiva e geral. Acredito estarmos próximos deste momento histórico. Já não temos margem para mais violência. Estamos vendo os sinais, não apocalípticos mas reais e absolutos. Enquanto este momento não chega, nos resta apelar para a misericórdia humana para que poupem as crianças e os idosos. Estes por estarem cansados e não mais suportarem assistir o sofrimento alheio; aquelas por sua inocência e para que não se contaminem achando ser esta a verdade absoluta; a ética do eu primeiro, em segundo lugar eu e por último eu também!

A Décima Primeira Praga


Nestes tempos mais do que nunca muitos de nós temos questionado sobre qual deveria ser o papel da mídia na sociedade. Aqui, para não serem diferentes de outras questões polêmicas, as opiniões são das mais diversas imagináveis e inimagináveis. Muitos são defensores incondicionais da imprensa livre a qualquer preço; por certo são membros de grupos onde a possível exposição à mídia é pouco ou nunca provável. Alguns diriam que são “uns medíocres e insignificantes”. Alguns mais venenosos chegariam a afirmar que aqueles chegam a sonhar com a possibilidade de exposição – somente assim seriam reconhecidos como gente de fato e se tiverem alguma sorte poderiam até ganhar algum dinheiro – tirariam o pé da lama! Mas se fizermos uma análise mais ponderada diríamos que estes estão fora da curva. Por tudo que podemos ler, ouvir e sentir mesmo, é opinião comum pelo mundo afora que já é mais do que chegada a hora de uma grande discussão sobre o papel da mídia na sociedade moderna. Poderíamos relacionar aqui como exemplo alguns acontecimentos que mudaram de curso radicalmente depois da “intervenção” da mídia. Em nosso país onde os políticos são um prato cheio para a mídia, são eles mesmos que mais sofrem a interferência da mídia. Quantos episódios políticos dos últimos tempos que se não fossem trazidos a pública de forma contundente pela imprensa correriam o risco de não dar em nada – acabar em pizza com se diz comumente das coisas da política. É bem verdade que por vezes, por traz destes “serviços” prestados a sociedade brasileira ou mundial sobressaem interesses de grupo econômicos ocultos ou não que manipulam as informações conformando-as aos seus interesses ou de outrem. A grande questão para discussão hoje é se de fato estamos dispostos a pagar o preço destes “serviços”. Até aqui estamos analisando no âmbito geral – político, econômico e histórico. Mas o pior ainda está por vir. Quando a mídia entra na vida das pessoas; sejam elas de bem ou não, isso não é o mérito desta crônica. Temos assistido diariamente uma verdadeira violência praticada pela imprensa, seja ela falada, escrita e televisada e de forma indiscriminada. Para eles não importa se você é de família distinta, tradicional, rica ou pobre, morador de áreas nobres ou de uma simples comunidade pobre. O que importa neste momento é o impacto da notícia e quantos pretensos leitores poderão despertar – nossos compradores de notícias precisam ser atendidos a qualquer preço, não importa se para isso tenhamos que invadir a vida das pessoas, destruir em horas suas reputações, os nomes construídos durantes anos de trabalho, não importa se jamais poderão olhar de cabeça erguida para a sociedade, se serão para sempre lembrados negativamente em fim, não importa se são inocente ou culpados; isso veremos mais tarde – deixemos para traz qualquer compromisso com a ética ou outro valor humanitário. Frase repetida diariamente pelos chefes de redação dos grandes jornais, revistas, rádios e rede de televisões, mas com certeza jamais assumida por alguém! Quem de nós não conhece algum caso escandaloso de injustiça cometida em nome da LIBERDADE DE EXPRESSÃO? Afinal, numa democracia moderna como a nossa, todos podem falar o que pensam. Isso na verdade vale para uma minoria que se prevalece do poder dado por grandes grupos de mídia respaldados pelos políticos que em sua grande maioria passam no caixa ao final de cada mês e lá recebem a paga pela injúria e ignomínia. Às vezes , quando nos deparamos diante de questões com estas, nos perguntamos até que ponto vale a pena o Estado. Um “ser”; se é que assim podemos chamá-lo, invariavelmente é inerte diante das injustiças cometidas contra aqueles que deveriam ser a razão de SER deste mesmo Estado. Aos que crêem no poder de Deus e na justiça desse mesmo Deus terão que em algum momento da história enfrentar essa discussão. Então, aos homens de bem será dado a possibilidade de aos domingos pela manhã ir até um banca de jornal e lá encontrar um instrumento de cultura e integração das pessoas e quiçá dos povos. Algo que seja prazeroso de ler, que não nos traga tanta angústia e apreensão. Em Contrapartida, aos que hoje se deliciam com a desgraça alheia seria dado a pensar valores mais nobres e humanos no mais puro sentido da palavra. Lembrando o grande lexicógrafo Aurélio Buarque de Holanda Ferreira quando em seu dicionário define humano como BONDOSO.

As “Almas Gêmeas”


Então amigos, mais um modismo à vista! Para celebrar o encontro das pessoas. Isso mesmo. Daquelas que na casualidade se esbarraram. A mídia em geral explora no momento a expressão que até então freqüentava preferencialmente as missivas dos poetas e dos enamorados. Almas Gêmeas, que na verdade não necessariamente quer dizer almas iguais e nem parecidas eu diria. A verdade é que no mais das vezes a arte vai ao encontro do anseio das pessoas. Desde o simples mortal até o mais erudito dos homens. É bom que seja assim. Hoje mais do que nunca, experimentamos uma busca desenfreada pela felicidade, mas não a qualquer preço. Aqueles que já amadurecidos pelas sucessivas tentativas de encontrar o parceiro ou parceira ideal não são presas fáceis destes modismos. Sabem que por detrás das tão faladas “almas gêmeas” pode se esconder no mais das vezes uma grande desilusão e até certo perigo em alguns casos. Mas então, perguntaria o leitor mais inconformado: se não devo sair à procura da minha alma gêmea; se de fato existe riscos quando saímos à procura ou simplesmente abertos aos encontros; será que nos restaria a conformismo da solidão? Do não ter com quem dividir a vida? Certa vez um amigo se queixou: porque você chama de dividir e não partilhar? Vá lá; que seja – partilhar a vida!
Por certo que não, caro leitor! A vida nos ensina que em se tratando deste assunto, caberia uma alegoria muito simples, a saber: Imaginemos que em nosso coração exista uma porta. Exatamente! Uma porta que precisa estar aberta. Aberta ao amor, ao novo e principalmente ao risco. Se a alma é gêmea ou não gêmea, na verdade nunca o saberemos e, isso não importa muito. O que queremos na prática é encontrar alguém que nos complete. Alguém com quem nos sintamos bem e que esteja disposto ou disposta a partilhar conosco a caminhada; a vida, com seus tropeços a acertos. Sabe aquele “friozinho na barriga, uma sudorese inexplicada nas mãos?” É por aí que devemos ir. Grande chance de acerto. Agora, se além do “frio na barriga e a sudorese” sentirmos também um forte calor, arrepios, tremedeiras, suor nas mãos e uma gagueira inexplicada, devo me render e lhe dizer: Aí está a sua “Alma Gêmea”.
Por bem, já descobristes a tua “Alma Gêmea” e agora o que fazer? Muitos de nós passa toda a vida esperando por este momento, no entanto quando finalmente chega, não sabemos o que fazer. Uma “Alma Gêmea” é algo muito especial e que tanto e tantos desejam, mas que por tudo isso deve receber um tratamento também especial. É algo sublime que só aparece em nossa vida uma única vez – se a perdermos, jamais a encontraremos tão gêmea como sonhamos. Todos os esforços devem ser envidado para preservá-la ao nosso lado. Toda atenção é pouca diante do que pode nos trazer de felicidade e contentamento. Cuidá-la bem deverá ser doravante nossa preocupação constante. Aprendemos que os verbos servem basicamente para definir uma ou mais ações. Pois bem caro amigo você que acaba de encontrar sua “Alma Gêmea” deve fazer uso de todos os possíveis e imagináveis verbos, a saber:
...cuidar obviamente;
...acompanhar sempre;
...caminhar ao lado todos os dias;
...levar no coração, sobretudo nas horas que for tentado;
...honrar acima de tudo;
...venerar com algo sagrado;
...regar diariamente para garantir sobrevida;
...amar como jamais amou;
Se ainda assim tens alguma dúvida sobre a existência das “Almas Gêmeas” por certo é porque ainda não estás preparado para encontrar a tua!

Crônica da Atualidade


Hoje, vou me aventurar a escrever sobre a atualidade. Atualidade? Mas atualidade de que? Não importa muito desde que seja atual; esteja na boca do povo. Com um pouco de honestidade escreveria sobre os temos que são discutidos pela massa. Caramba, que palavra mais antiga! Vá lá, que seja. Se fizesse uma enquête para elencar o que é atual por certo que listariam alguns dos assuntos abaixo:
Ronaldo e os travestis, a derrota do flamengo para os mexicanos, o caso Isabela Nardoni, o estouro da cotação do petróleo, os cartões corporativos, a epidemia da Dengue, o PAC e o Juvenal Antena entre outros mais ou menos relevantes dependendo da classe social e interesse coletivo. Falar sobre a atualidade de forma livre, que eu me recorde nunca foi tema de redação de vestibular – mas seria um ótimo tema – Você, caro leitor deve estar se perguntando onde quero chegar com este papo. A crônica da atualidade é exercício dos mais fáceis para qualquer escritor, mesmo um simples iniciante diriam alguns. Pois bem, vamos pensar juntos sobre este tema. Para ajudar nossa reflexão vou lançar mão de um recurso que muitos escritores usam – mesmo os mais experientes – falo de uma simples consulta ao dicionário. Lá está escrito: Atualidade; qualidade ou estado atual; interesse atual; oportunidade; momento atual. De todas as definições, a que mais me chamou a atenção foi “oportunidade”. Podemos dizer que se é oportuno é atual se é atual é oportuno certo? Errado! Peguemos alguns exemplos que listamos acima: você acha oportuno ficar falando o tempo todo sobre o caso Isabela Nardoni? Uma tragédia familiar que somente nos remete ao ódio e a miséria humana. Lembrar a todo instante que o jogador foi para um motel com três homens – seja sabendo ou não se eram homens ou mulheres, acrescentou o que em nossa vida? Ser tema comum nas nossas conversas o personagem um gangster travestido de favelado criado para nos distrair das questões importantes da atualidade, para quê? Se o Flamengo, após ganhar um campeonato estadual perde em pleno Maracanã para um timeco mexicano; achamos isso oportuno para as nossas conversas e leituras diárias, para quê? Citei estes exemplos da nossa relação e deixei os outros fora porque são discutíveis. A depender da abordagem podem ser úteis mesmo que seja para nos alertar senão para revoltar. Então caro leitor, que lição podemos tirar desta reflexão? Se quisermos falar de atualidades teremos que ter em mente tudo que é verdadeiramente atual e oportuno num horizonte cultural e que promova a vida. As misérias humanas não são atuais; as frivolidades e “abobrinhas” do dia-a-dia não são atualidades que mereçam tanto a nossa atenção. Quantas árvores deixariam de ser tombadas se nos jornais e revistas se escrevesse um mínimo de atualidades deixando as coisas antigas circularem de boca em boca. Oxalá, nas escolas de jornalismo espalhadas pelo país ensinassem os jovens a valorizarem o ser humano, dando-lhes como leitura aquilo que de fato precisam. Uma leitura que os levem a pensar grande e nobre, que os edifique e os liberte das coisas antigas. Quando comecei esta crônica confesso que estava otimista, pensando escrever algo de novo e provocante, mas agora que caminho para o final da crônica me vejo repetindo o mesmo modelo de uso comum, a mesma cantilena de sempre. Não? Você acha mesmo? Então diga isso aos seus amigos, conte para todos o que leu. Espalhe esta idéia por aí. Divulgue no seu blog. Se assim fizermos, dias virão em que ficaremos revoltados quando abrirmos o jornal numa manhã de domingo e encontrarmos seguinte notícia em destaque na primeira página: Vaca Gigante na Inglaterra...numa cidadezinha chamada Somerset na Inglaterra uma vaca de 2 metros de altura vem chamando a atenção de todos...e que Gutemberg nos perdoe!

sábado, 17 de maio de 2008

Um deus que nos governa...

Pasmem amigos, esta semana, vendo um telejornal à noite dava-se a seguinte notícia: os asilos da Bahia estão em estado de calamidade por falta de recursos do Estado para mantê-los dignamente. Na reportagem dizia-se que o governo insistia em remunerar as institituições que acolhem os velhinhos a razão de – ATENÇÃO! –R$41,60 por mês por idoso. Resultado; em muitos asilos onde se abriga também e indevidamente doentes mentais esta faltando comida. Isso mesmo, estão passando fome! O reporter chamava a atenção para os demais recursos que faltavam; recreação, remédios, assistência médica e por aí vai. Ao final da reportagem, eu e minha mulher ficamos por algum tempo discutindo sobre esta notícia e invariavelmente nos veio à mente a lembrança de outra notícia igualmente estarrecedora e que na época revoltou muito Brasileiros. Para se manter “dignamente” um preso gasta-se até – ATENÇÃO! NOVAMENTE! – R$1500,00. Vou repetir para gravar: R$1500,00. Seria leviano quem reconhecesse os avanços na área social feito neste governo – eu nunca votei Nele e jamais votaria – mas Ele tem suas qualidades. Também é verdade que quase sempre está mal acessorado – lembremos os Delúbios, Dirceus e os Válérios entre outros tantos. Mas vamos ao que interessa. Num país com salário mínino de aproximadamente R$ 420,00 – milhões de trabalhadores saem de casa de madrugada, dão duro o dia todo, pegam até três conduções, se alimentam mal e ao final do mês recebem em média, com os decontos, em torno de R$370,00. Se eu usasse a frase “Que País é Este?” muitos iriam me acusar de plágio mas não vejo outra pergunta. Um país que vira as costas para seus cidadãos idosos que trabalharam anos e anos honestamente; que vira as costas para os doentes mentais não lhes dando condições dígnas de tratamento e que se vangloria do salário mínimo de US$270.00 que ao final do mês se transforma em US$200.00 quando o valor da cesta básica é de R$222,24 e ainda tem a audásia de se considerar em desenvolvimento. Este mesmo país que recebeu nos últimos dias o título “investiment grade” – grau de investimento – de uma agência a serviço dos de fato ricos! Não sei se estou pessimista demais ou se já dou sinal de envelhecimento precose. Sinceramente penso que não se trata nem de uma coisa nem de outra, estou mesmo é indignado com a falta de Amor Político dos nossos governantes. Vejam, a expressão Amor Politico me veio à mente porque sempre que vejo o sofrimento de um ser humano provocado por outro ser “humano”, me lembro de Jesus o Filho de Deus. Ele que é visto por alguns somente como Político e no pior sentido da palavra, soube viver intensamente o Amor ao fazer Política. Na medida que se expos, que lutou, que denunciou, que partilhou e ensinou a partilhar, que insistiu em que todos tem sim direito a uma vida dígna e aqui na terra – não em outra vida. Será que assistiremos alguma mudança radical ainda nesta geração? Se nem um deus chamado Lula esta conseguindo dar uma jeito, quem poderá fazê-lo? Verdade, tá mais do que provado que deus governa nosso país. Somente um país administrado por um deus chamado Lula tem um povo – a plebe - que aceita pacificamente que nas mãos de 10% mais ricos se concentre 75% das riquezas deste mesmo país. E quando falo pacificamente é para lembrar os irmãos idosos da Bahia – abandonados por sua famílias, como aquela velhinha de 102 anos que com muita lucidez dizia ao reporter: “eles sabe que eu tô aqui mas não liga não, liga não!”. Ninguém saíu em defesa daqueles brasileiros e brasileiras miseráveis tratados como lixo. Ontem o reporter não mostrou nenhuma ONG de direitos humanos ou alguma sucursal da OAB clamando por ajuda ou ameaçando processar alguém. Que aqueles que porventura sejam privados de liberdade para pagar pelos crimes que cometeram, devam ser tratados com dignidade não discutimos, o que é inadmisível é viramos às costas para os que tanto trabalharam para que este mesmo país chegasse onde chegou. Ainda está vivo em minha memória o que vi e ouvi recentemente quando pude visitar alguns hospitais e sanatórios no Rio de Janeiro. A decadência do modelo político administrativo imposto aos cidadãos onde impera a inversão dos valores, das prioridades e da ética. Em fim, nos resta clamar aos céus por um novo deus que nos governe com clemência e equidade ou arregassarmos as mangas e berrarmos na direção dos tantos palácios de governo espalhados pelo Brasil afora. O que vamos fazer?

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Para Pensar...



Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói seu amor próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos e os tropeços dos corações.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho ou amor, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite, pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.
Viva hoje! Arrisque hoje! Faça hoje!
Não se deixe morrer lentamente.
Não se esqueça de ser feliz.


Pablo Neruda

quinta-feira, 8 de maio de 2008

E o Mengão perdeu no maráca...dá para pensar!

Então amigos, sempre que nos vemos diante de resultados inesperados no futebol, somos levados a pensar e não seria de se estranhar se levantarmos questões já nossas conhecidas - do nosso cotidiano - perdeu; porque perdeu se estava tão bem? Será que perdeu mesmo ou será que quando ganhou, ganhou mesmo? Complicado não é? Também acho mas vou explicar: Todo mundo ficou sabendo que o patrocinador do Flamengo mandou fazer as camisetas alusivas a vitória mesmo antes de ser um fato. Sabemos também que cada camiseta desta custa no mínimo R$80,00. Dizem até que que causou desconforto para os rubros-negros. Tenho lá minhas dúvidas. Desde que nossos times se tornaram reféns dos grandes grupos multinacionais e até mesmo nacionais, tudo pode acontecer - tudo mesmo! Quem assistiu o jogo do dia 07 de maio duvidaria que aquele mesmo time ganhou o campeonato carioca três dias antes. E era o mesmo time, todos viram! Inclusive o técnico ainda era o mesmo. Até que ponto o dinheiro pode interferir nos resultados em campo? Bem, acho melhor para por aqui - até porque tenho certo juízo... Mas o que vale ressaltar aqui é a alegria que esta última derrota trouxe para os demais torcedores do Rio de Janeiro - inclusive eu que sou Tricolor! Oxalá possamos ter muitas alegrias como esta e pelo que se ouve por aí, o tal de Caio Junior não fazer muito num time com a visibilidade e a torcida que tem o Flamengo. Vamos esperar!!!

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Encontramos o Denilson...

A todos que nos ajudaram direta ou indiretamente nesta luta, agradecemos de coração. Com certeza foi muito importante a corrente de pensamento positivo. Ele estava internado numa Clínica em São Gonçalo - Vila Catarina - Clínica Santa Catarina. Estava lá desde o dia 22 de abril à tarde. Está bem fisicamente. Carece agora de cuidados da família e acompanhamento médico psiquiátrico intensivo. Tão logo que possível será transferido para mais próximo de Caxias. Foram aproximadamente duas semanas de procura onde pudemos ver toda sorte de sofrimento a qual o povo de Deus está submetido. Será difícil esquecer algumas cenas. Destaque para o Hospital Duque de Caxias - na cidade do mesmo nome. Oxalá, Deus Pai num futuro próximo toque nos corações dos homens de bem para que assuman uma postura mais comprometida com a vida e revertam aquele quadro de miséria humana; miséria provocada por mãos também humanas que por certo chegaram um dia diante de Deus de mãos vazias.

Que Deus abençoe o nosso irmão Denilson.

Poverello de Assis

Oração de são franscisco



Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz !Onde houver ódio, que eu leve o amor, Onde houver ofensa, que eu leve o perdão, Onde houver discórdia, que eu leve a união, Onde houver dúvidas, que eu leve a fé, Onde houver erro, que eu leve a verdade, Onde houver desespero, que eu leve a esperançaOnde houver tristeza, que eu leve a alegria, Onde houver trevas, que eu leve a luz. Mestre, fazei que eu procure mais consolar que ser consolado, compreender que ser compreendido, amar que ser amado, Pois é dando que se recebe é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se vive para a VIDA ETERNA !


Esta oração foi feita após o pedido de clemência do papa Inocêncio III "arrependido" pelas cruzadas e muito enfermo. Francisco, duvidando de seu arrependimento, fora chamado a atenção pelo Pai pedindo piedade ao agonizante. São Francisco atendeu o pedido, admitindo humildemente sua ignorância.