Nesta minha paixão por leitura
tem algo de muito gratificante, a saber: Poder partilhar com os amigos as
descobertas do mundo das letras e pensamentos. Bem verdade é que a partilha não
se dá na frequência que eu gostaria, mas quanto é oportuno penso ser bem
recebida pelos amigos. O livro do dia é O Clarão de Betty Milan - Cultura
Editores Associados. Meu processo de escolha de livros é bem simples; leio as
sinopses nas páginas das livrarias na internet. Leitura minuciosa que demanda
algum tempo e paciência. Daí sai uma relação que vou comprando aos poucos – de
acordo com a possibilidade orçamentária. Tenho sempre dois ou três livros na
espera. Partilhando... O Clarão tem sido para mim uma grata surpresa pela
beleza e magia da linguagem da escritora ao abordar um tema a princípio tão
simples quanto oportuno; a amizade. Betty Milan inspirada na
vida do publicitário Carlito Maia, caminha na estrada da amizade enfrentando
todas as adversidades e agruras que tentam impedir a consolidação do amor entre
duas ou mais pessoas. Na amizade entre Ana e João nós encontramos aqueles
amigos do passado do presente e porque não do futuro, aqueles que poderiam ser
grandes amigos, mas não o foram, aqueles que no auge da relação amor-amigo nos
decepcionaram e aqueles a quem deixamos na estrada sem ao menos nos desculpar.
Ana e João mostram pra gente o grande incômodo que causa nos egoístas uma
grande amizade – que tristeza!
Eu sempre fui de poucos amigos.
Isso se deve penso eu, por não ser nada carismático e portador de uma carranca
sem igual. Este livro tem me levado a refletir neste aspecto da minha história
e isso é muito bom. Lá pelo meio do livro veio à minha mente um ex-grande amigo
cujo nome era Marcos. Um nordestino muito gente boa – paraibano para ser mais
preciso. As poucas recordações são muito boas. Lembro-me às vezes de chegarmos
em casa na madrugada, vindo de alguma festa e sentarmos à mesa para comer cará
quentinho em fatias com manteiga e café com leite uma das minhas paixões.
Tínhamos dezesseis e dezenove anos respectivamente. Ele já trabalhava e foi
este trabalho somado ao meu rigor moral já naquela época que arrefeceu nossa
amizade até a distância cuidar de levá-la a termo. Hoje, passados quase
quarenta anos ainda me lembro daqueles dias.
Voltando ao Clarão, convivemos com Ana e João que são diferentes – amor
incondicional – amor-amigo que rompe todas as barreiras inclusive à fronteira
entre a vida e a morte. Amigo não morre! Se você tiver um tempinho para se
dedicar à leitura fica aqui uma dica e quem sabe não começa aqui uma nova
amizade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário