terça-feira, 21 de setembro de 2010

Chico Xavier x Nosso Lar

Tive oportunidade de assistir o filme de Daniel Filho sobre a vida de Chico Xavier. Não, não sou adepto desta crença e nem simpatizante diria que sou. O homem Chico Xavier eu admiro assim como admiro e admirei todos os espíritas que Deus colocou em meu caminho. Pessoas boníssimas de caráter imaculado e que deixaram em mim sempre senão uma marca uma boa lembrança. Sempre os admirei por uma característica marcante em todos eles; o gosto pelo estudo e pela pesquisa da doutrina e, sobretudo pelo espírito de caridade – a grande marca do espírita. Como ministro ordenado católico é de se esperar que não creia nesta teoria – a reencarnação. E eu confirmo isso. Li, reli e muito pesquisei sobre o tema. Ainda não encontrei algo que me permita crer nesta teoria sem ter que abdicar da crença na Ressurreição. Amigos, na verdade não era minha intenção discutir esta doutrina aqui; até porque não poderia ter esta pretensão não conhecendo profundamente. Tenho profundo respeito pelos espíritas e seria muita presunção usar este espaço para colocar em dúvida esta ou aquela crença – não penso assim, creio na convivência harmoniosa e respeitosa entre as religiões cujo Deus é Único. Meu propósito é conversar um pouco sobre os dois filmes que assistimos nos últimos dias. Amante do bom cinema, num primeiro momento sou levado a fazer uma análise crítica da arte em si. É sabido que o cinema brasileiro ainda engatinha. Sobra talento e faltam recursos alegam os cineastas tupiniquins. Parece que de fato isso ocorre se olharmos as cifras do cinema americano, por exemplo. Milhões de dólares – um caminhão de dinheiro e retorno certo. Mas isso não vem ao caso, voltemos aos filmes em tela. Qual o propósito ao se fazer um filme sobre religião – propagar a fé naquela crença? Provocar uma discussão sadia sobre o tema? Polemizar? Mostrar outros caminhos? Apresentar uma alternativa de salvação? Enfim, poderíamos passar aqui uma tarde tentando encontrar uma boa motivação. O que sabemos é que no Brasil já contamos aproximadamente 2,5 milhões de espíritas e talvez um terço a mais de simpatizantes. Um público interessante e seleto pode-se afirmar. Visto os dois filmes podemos arriscar algumas considerações. Chico Xavier – um belo filme, aonde fatos reais vêm à tona com uma grande dose do realismo que a sétima arte pode nos proporcionar. Poucos efeitos especiais, ambiente real na medida do possível, cenas com o próprio Chico. Uma biografia viva do médium mas querido do Brasil. No conteúdo vemos passo-a-passo a missão daquele homem simples que cativou tantos e tantos pelo Brasil afora. Daniel Filho soube explorar com maestria as riquezas da vida daquele predestinado. Repito, um belo filme que nos emocionou sobremaneira.
Agora, temos um grande projeto cinematográfico que teve apoio da FEB e algumas das grandes companhias de cinema internacionais. Um belo orçamento – 20 milhões de reais - em se tratando do Brasil. Recursos e profissionais de primeira linha – efeitos especiais, trilha sonora e atores. Tudo na medida certa comenta a crítica especializada. E o conteúdo? Inspirado no livro A Vida no Mundo Espiritual de Chico Xavier - 1944 onde o médico André Luis dita ao médium detalhes da cidade LAR. Com todo este aparato era de se esperar uma grande produção e uma grande intenção. As teorias foram passando diante de nós. A esperada crítica ao ceticismo de muitos, a insistência na idéia da “Lei da Ação e Reação” como forma de justificar o sofrimento humano, a importância da caridade e do trabalho como caminhos para a elevação espiritual, o valor do exercício da paciência, e assim por diante. Confesso que esperava muito mais e muito menos. Muito mais emoção e muito menos fantasia. Uma espécie de disco voador sobrevoando a cidade me pareceu um despropósito mesmo sob a alegação do avanço tecnológico citado no filme. As terríveis cenas do umbral também me pareceram estranhas – talvez uma apropriação de elementos de outras religiões. Uma espécie de interrupção das sucessivas reencarnações – um tratamento de choque? Aos que como eu creiam em um Deus misericordioso causa espécie as cenas dos mortos sendo submetidos a chibatadas. Seria uma menção ao Xeol hebraico? Isso não faz parte do cardápio da doutrina espírita? Em se tratando de um filme religioso não ficou bem o uso da estrela de Davi – símbolo da fé Judaica - ao fundo em algumas cenas quando da chegada das vítimas do holocausto com a mesma estrela nas roupas. Outra cena que me causou espanto foi quando o médico se sente chocando ao ver sua esposa casada novamente – também esta me pareceu uma questão muito pequena – uma espécie de ciúme – que não condiz com a grandeza apregoada pelos espíritas no outro plano da vida. Passaria um bom tempo relacionado aquilo que não me agradou neste filme. Como arte também se mostrou lento e cansativo, de dar sono mesmo. Finalizando tenho a dizer que sempre vou recomendar o primeiro filme; o do Chico, mas este último não recomendaria nem aos espíritas e nem aos curiosos e simpatizantes da doutrina. Se você um amante da sétima arte ainda assim não recomendaria. Aos irmãos espíritas reafirmo meu carinho, minha admiração e gratidão mesmo pelo trabalho de caridade e luta pela paz.

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Poverello de Assis

Oração de são franscisco



Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz !Onde houver ódio, que eu leve o amor, Onde houver ofensa, que eu leve o perdão, Onde houver discórdia, que eu leve a união, Onde houver dúvidas, que eu leve a fé, Onde houver erro, que eu leve a verdade, Onde houver desespero, que eu leve a esperançaOnde houver tristeza, que eu leve a alegria, Onde houver trevas, que eu leve a luz. Mestre, fazei que eu procure mais consolar que ser consolado, compreender que ser compreendido, amar que ser amado, Pois é dando que se recebe é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se vive para a VIDA ETERNA !


Esta oração foi feita após o pedido de clemência do papa Inocêncio III "arrependido" pelas cruzadas e muito enfermo. Francisco, duvidando de seu arrependimento, fora chamado a atenção pelo Pai pedindo piedade ao agonizante. São Francisco atendeu o pedido, admitindo humildemente sua ignorância.