domingo, 26 de setembro de 2010

Código de Ética & Utopia


Ato # 1
Na mesma avalanche que trouxe a internet e todas as suas conseqüências recebemos também algumas coisas que dizem ser o que faltava para consolidar as relações capital-trabalho. De todas as inovações a mais moderna recebeu o pomposo nome de Código de Ética Empresarial e todas senão quase todas as grandes corporações transnacionais o adotaram. Um manual onde relacionam como deve ser a conduta dos funcionários, dos chefes em todos os níveis desde o mais alto executivo até o porteiro; primeiro a indicar a postura da empresa. Esse tal código é hoje tão importante que em algumas empresas chegam a organizar um cocktail para entregá-los aos funcionários. Aos profissionais de recursos humanos e da área jurídica é dado à incumbência de elaborar o tal código. Quase tudo se proíbe neste código. “Não pode receber agrado de fornecedores, não pode usar de práticas ilícitas para vender, não pode ofender o chefe, não pode ofender e ou perseguir os subordinados, não é recomendável relacionamentos pessoais mais íntimos no ambiente do trabalho, não é recomendável contratar parente para o mesmo setor, não se pode subornar funcionários públicos e nem se deixar subornar; enfim era tudo que sonhamos para tornar nossas relações mais humanas no ambiente de trabalho. E vamos comemorar! Finalmente seremos felizes e não mais teremos que ir a um psiquiatra atrás de tratamento para depressão, não teremos mais que nos empanturrar de ansiolíticos, não encontraremos mais nossos colegas chorando escondidos no banheiro, os chefes não tentaram comer à força de pressão psicológica suas subordinadas; ninguém mais era perseguido por ser competente e ameaçar nossa posição na corporação; nenhum funcionário será submetido à pressão psicológica com uma carga de serviço impossível de dar conta com ameaça constante de demissão e vergonha, a nenhum funcionário será omitido a informação da real situação financeira de Cia entre tantas outras conquistas. Amigos, o que farão agora os psiquiatras e psicólogos, o que farão os laboratórios com as centenas de milhares de ansiolíticos produzidos anualmente e vendidos a preço de ouro, o que será dos pobres advogados trabalhistas que se especializaram em assédio moral? Um caos se instalará doravante. Mas tudo por uma causa nobre; a Ética.
Ato # 2
Gostaria de escrever o ATO # 2 com a sua ajuda. Você porventura está vivenciando esta novidade em sua empresa? Crê realmente que trará os resultados apregoados pelos idiotas da área de recursos humanos, acha que finalmente você poderá dormir em paz, receberá uma justa carga de trabalho e na medida do salário que recebe? Você mulher, crê que será vista com uma profissional e não como mais uma para a coleção dos chefes mau caráter? Vocês acreditam mesmo que seus superiores não mais inventaram uma crise financeira de desestabilizá-los emocionalmente de forma sádica e covarde? Crê sinceramente que seu colega e seu chefe se sentiram felizes com seu crescimento sem persegui-lo gratuitamente? Diga-me se crê que uma cartilha mudará as relações que se impuseram nas corporações ao longo dos tempos. Você alguma vez se sentiu perseguido ou ameaçado no ambiente de trabalho sem que tivesse contribuído para isso? Você que trabalha numa pequena empresa familiar cujo dono é um tirano que pensa poder tudo e contra todos; você que trabalha numa grande transnacional que não sabe a quem apelar num momento de perseguição, escreva-me contando sua experiência e o que pensa desta onda hipócrita de ética no trabalho que tentam no impor. Ficarei sinceramente grato pela sua contribuição. Conversemos sobre o assunto. Que saídas você vê em curto prazo – a justiça? Acha que avançamos, tivemos melhora nesta área? Quantas vezes nos últimos anos você ouviu dizer que sua empresa estava mal das pernas e você correria o risco de ser demitido? Isso acontece na sua empresa ou somente na empresa do seu amigo?

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Poverello de Assis

Oração de são franscisco



Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz !Onde houver ódio, que eu leve o amor, Onde houver ofensa, que eu leve o perdão, Onde houver discórdia, que eu leve a união, Onde houver dúvidas, que eu leve a fé, Onde houver erro, que eu leve a verdade, Onde houver desespero, que eu leve a esperançaOnde houver tristeza, que eu leve a alegria, Onde houver trevas, que eu leve a luz. Mestre, fazei que eu procure mais consolar que ser consolado, compreender que ser compreendido, amar que ser amado, Pois é dando que se recebe é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se vive para a VIDA ETERNA !


Esta oração foi feita após o pedido de clemência do papa Inocêncio III "arrependido" pelas cruzadas e muito enfermo. Francisco, duvidando de seu arrependimento, fora chamado a atenção pelo Pai pedindo piedade ao agonizante. São Francisco atendeu o pedido, admitindo humildemente sua ignorância.