terça-feira, 2 de agosto de 2011

Por que dar esmolas? x Por que não dar esmolas?


Se fizéssemos uma enquete sobre as questões acima por certo teríamos senão um empate ao menos uma indefinição pois desde sempre ficamos divididos sobre o assunto. Primeiramente vamos ver as motivações defendidas por aqueles que são contra dar esmolas. “Devemos ensinar a pescar, não dar o peixe; há muita malandragem, pessoas que não querem trabalhar e optaram por viver da mendigagem; isso é responsabilidade do Estado para isso pagamos impostos; devem estar pagando por algo que fizeram em outras vidas e não cabe a mim interferir; tenho medo de ser assaltado,” entre outras alegações. Existem aquelas pessoas que numa atitude mais sensata dizer tentar identificar quem realmente está precisando de ajuda (se é que isso seja possível). Quando identificam a real necessidade ajudam, quando não, negam e viram às costas. Na outra extremidade estão aqueles que são categóricos – “não dou esmolas em hipótese alguma” – em nenhuma circunstância se sentem sensibilizados pela desgraça alheia. Vejamos então o que penso a respeito. Como franciscano aprendi a fazer uma leitura diferenciada da questão. São Francisco de Assis ensinava que devemos nos sentir gratos quando somos interpelados por alguém que nos pede ajuda. Entendia o santo que aquela atitude de humilhar-se e chegar diante de nós com as mãos estendidas nos presta na realidade grande caridade pois nos dá a chance de praticar a caridade e o amor. Portanto, pedir seria um gesto de caridade. No Evangelho de Lucas 16, 1-13 – “fazei amigos com o dinheiro da iniquidade”. Aqui somos convidados a olhar para a necessidade dos injustiçados e pobres abrindo nosso coração e nossas mãos.
Queridos, quão gratificante é quando podemos ajudar alguém que nos estende às mãos e que num segundo momento abre um sorriso de gratidão pela ajuda e socorro. Numa recordação recente num sinal de trânsito no Rio pude abrir a janela e dar a um jovem sem camisas , sujo e com frio algumas moedas – vê-lo sair saltitando de alegria e surpresa pela quantia recebida sem que o permitisse lavar o para-brisa do meu carro me causou grande emoção que partilhei com minha mulher. Finalizando diria que ver esta questão com os olhos franciscanos sempre nos facilita fazer juízo e decidir pela ajuda ao próximo que nos aborda na rua. Que às vezes é difícil não nego pois é verdade que estamos sob constante ameaça mas, também é verdade que nossa sensibilidade é ainda o melhor termômetro para avaliar e decidir. Se o seu coração pede, faça caridade e acumule bênçãos sobre sua cabeça.

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Poverello de Assis

Oração de são franscisco



Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz !Onde houver ódio, que eu leve o amor, Onde houver ofensa, que eu leve o perdão, Onde houver discórdia, que eu leve a união, Onde houver dúvidas, que eu leve a fé, Onde houver erro, que eu leve a verdade, Onde houver desespero, que eu leve a esperançaOnde houver tristeza, que eu leve a alegria, Onde houver trevas, que eu leve a luz. Mestre, fazei que eu procure mais consolar que ser consolado, compreender que ser compreendido, amar que ser amado, Pois é dando que se recebe é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se vive para a VIDA ETERNA !


Esta oração foi feita após o pedido de clemência do papa Inocêncio III "arrependido" pelas cruzadas e muito enfermo. Francisco, duvidando de seu arrependimento, fora chamado a atenção pelo Pai pedindo piedade ao agonizante. São Francisco atendeu o pedido, admitindo humildemente sua ignorância.