sábado, 6 de agosto de 2011

E agora? Até a Merendeira.


É bom começar contando que eu tive a oportunidade de estudar em escola publica. Desde o pré-primário até o antigo ginasial – quem se lembra? Depois os burocratas mudaram tudo e, para pior. Mas vamos ao que interessa. Eu e milhares ou milhões de Brasileiros têm belas recordações daquele tempo. Tive a sorte de estudar em excelentes escolas. Diretores dedicados – verdadeiros mestres. Que saudade. Se tenho boas recordações seria legal enumerá-las aqui então, vamos lá. Na primeira infância estudei na minha cidade natal – São Lourenço – Sul das Minas Gerais. Minha professora chamava-se Suely e era filha do prefeito da cidade que chamava-se Emílio. Dela tenho uma recordação singular. Quando fazía algo de errado o castigo era certo: colocava-me sentado com uma menina – isso era a maior vergonha a que um menino poderia ser submetido – um grande castigo – uma maldade. Anos depois, já aqui no Rio de Janeiro, no primário tive uma professora chamada Nilza. Agora sim eu era o xodó da sala porque tirava as melhores notas. Lembro-me que certa vez ganhei um presentão que causou inveja em toda a escola – uma linda prancheta. Fui para casa com aquela prancheta na mão e um monte de criança atrás de mim. Ainda aqui no Rio agora fazendo o ginasial tive uma professora de matemática chamada Denise. Levava um saco de tomates e um saquinho de sala para sala de aula. Enquanto fazíamos as centenas de exercícios ela comia seus tomatinhos com sal e ninguém ousava importuná-la naquela hora. Nesta mesma escola tive a professora mais bonita de todos os tempos – chamava-se Élida. Os comentários sobre ela eram sempre ao pé do ouvido e em segredo, pois ela era nada mais nada menos que filha do diretor que todo mundo morria de medo. Amigos eu passaria muito tempo aqui enumerando as minhas lembranças da escola pública. Como não tenho todo esse tempo vamos ao assunto que me motivou a escrever sobre minha infância. A Merenda. Isso mesmo as deliciosas merendas que eram servidas na sala de aula. Na minha época não tinha refeitório e tudo era servido nas salas. Em copos ou em pratinhos de plástico. Desde criança sou apaixonada por macarrão. Imaginem uma sopa de macarrão com carne moída bem temperadinha – uma delícia. Não gostava muito do mingau de aveia. O chocolate também era muito gostoso. Pela minha idade por certo as merendeiras da minha época pode já ter partido desta vida, mas, quero aqui solenemente render-lhes minha homenagem. E o tempo passou...em 2011. Uma merendeira colocou veneno de rato na merenda das crianças em Porto Alegre. Uma loucura. Daqui a muitos anos essas crianças se recordaram desse fato com muita tristeza. Imaginem que no Brasil muitas crianças têm somente a refeição da escola pública. E agora, o quem fazer? Quando os prefeitos ladrões não desviam as verbas da merenda escolar aparece uma...pasmem! Merendeira que tempera a comida com veneno de rato. Quando imaginamos que chegamos no limite da loucura humana surge uma notícia desta. Se não bastasse a péssima qualidade do ensino. O que será das crianças Brasileiras entregues à própria sorte? Quando criança conheci a dedicação e o respeito da escola pública e sou muito grato por isso. À criatura que cometeu este ato insano ficam a nossa compaixão e tristeza, pois não soube honrar uma profissão tão especial e nobre.

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Poverello de Assis

Oração de são franscisco



Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz !Onde houver ódio, que eu leve o amor, Onde houver ofensa, que eu leve o perdão, Onde houver discórdia, que eu leve a união, Onde houver dúvidas, que eu leve a fé, Onde houver erro, que eu leve a verdade, Onde houver desespero, que eu leve a esperançaOnde houver tristeza, que eu leve a alegria, Onde houver trevas, que eu leve a luz. Mestre, fazei que eu procure mais consolar que ser consolado, compreender que ser compreendido, amar que ser amado, Pois é dando que se recebe é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se vive para a VIDA ETERNA !


Esta oração foi feita após o pedido de clemência do papa Inocêncio III "arrependido" pelas cruzadas e muito enfermo. Francisco, duvidando de seu arrependimento, fora chamado a atenção pelo Pai pedindo piedade ao agonizante. São Francisco atendeu o pedido, admitindo humildemente sua ignorância.